Arquivo | outubro 2010

Pelo Twitter, William oferece R$ 5 mil de recompensa por carro furtado

Do Globo Esporte
Postagem Gabriel Diniz

Seis dias após ser rendido por assaltantes em São Paulo e ter seu carro furtado, o zagueiro William usou o Twitter para incentivar seus seguidores a ajudá-lo a encontrar o veículo. Na rede social, o capitão do Corinthians ofereceu recompensa de R$ 5 mil pela Outlander prata, placas EWE1976.

Segundo William, outros pertences furtados no último domingo, como documentos e agendas, já foram encontrados. Porém, o carro continua desaparecido.

– Ainda não encontraram meu carro, mas uns docs (sic) e agenda já. Resolvi dar um incentivo caso alguém “ache-o”. 5mil reais – postou.

O zagueiro, porém, fez uma ressalva em relação à recompensa.

William no treino do Corinthians

– Detalhe: desde que o carro não esteja todo detonado como os encontrados na represa rsrs – postou o jogador.

William foi assaltado na noite do último domingo, quando iria jantar com amigos, no bairro de Moema, em São Paulo, após a vitória do Corinthians no clássico contra o Palmeiras.

Descendo a ladeira: Náutico perde de novo em casa

Do Blog do Torcedor
Postagem Gabriel Diniz

Os alvirrubros que foram ao estádio dos Aflitos na noite desta sexta-feira esperava ver o Náutico aguerrido do clássico contra o Sport, na última rodada. Mas não foi assim. O time alvirrubro teve uma postura afobada em campo e, num erro do goleiro Bruno, amargou a derrota por 1×0, com marcado por John, ao 22 minutos do segundo tempo. O duelo era encarado como fundamental pelo Timbu para começar uma arrancada de recuperação. Porém, após o revés, fica o receio de o time ficar abalado psicologicamente. Até porque a distância para a zona da degola diminuiu.

O estacionou na 16ª colocação, com 38 pontos, apenas quatro pontos a mais do que o Brasiliense, que é o 17º colocado. O Ipatinga, que é o 18º, tem 33 pontos e ainda vai enfrentar o América-RN. Se o time mineiro vencer, a diferença diminuiu para dois pontos. Já o Guaratinguetá passou a somar 43 pontos e está na 11ª posição. Na próxima rodada, o Náutico vai enfrentar a Portuguesa, em São Paulo, enquanto o Guará vai pegar o Brasiliense, em casa.

O Náutico começou o jogo acelerado, indo com tudo para o ataque. Mas não mostrou lucidez em momento algum. Ou seja, ao invés de ser um time veloz, objetivo, foi um time apressado. Dessa forma, o Náutico foi um time desorganizado, sem conseguir criar chances de gols. O Guaratinguetá, por sua vez, mostrava erros na troca de passe, mas em nenhum momento perdeu a calma. Jogou sem pressão e, por isso, chegou a oferecer perigo apenas duas vez nos primeiros 25 minutos de jogo, obrigando o goleiro Bruno a fazer duas boas defesas.

O time alvirrubro só acordou aos 35 minutos, quando Bruno Meneghel arriscou um chute de fora da área e o goleiro Jaílson fez grande defesa. Depois disso, o Náutico mostrou um futebol mais solto, variando jogadas e tendo volume de jogo. O Guaratinguetá sentiu-se acuado e não mais conseguiu passar do meio-de-campo.

No segundo tempo, o Náutico parecia mais tranquilo. Tocou a bola e tentou encontrar alguma brecha da defesa adversária. Como não conseguiu e o Guará também não criava nada, o jogo ficou feio. Sinceramente, o jogo tinha tudo para encerrar no 0x0. Mas o jovem goleiro Bruno cometeu um erro crucial. Ao repor a bola de forma errada, Danilo Santos invadiu a área e tocou para John, que livre de marcação, só fez empurrar para as redes.

A partir daquele momento o jogo ficou ainda mais complicado para o Timbu. Como estava na vantagem do placar, o Guaratinguetá se fechou e passou a explorar a afobação do Náutico, que não conseguia construir uma jogada ofensiva sequer. O time foi ao ataque na base do “vamos-que-vamos” e, assim, ficou fácil para o Guaratinguetá segurar a vantagem.

Vereador é preso na Paraíba com dinheiro na cueca

Da UOL
Postagem Gabriel Diniz

Um vereador paraibano foi preso em Cacimbas (308 km de João Pessoa) na noite de sexta-feira (29) com R$ 4.020 na cueca e nas meias e material de campanha de José Maranhão (PMDB), candidato ao governo do Estado.

A Polícia Federal suspeita de compra de votos, porque o vereador, que é do município de Desterro, tinha uma lista com nomes de 212 eleitores e cálculos numéricos.

De acordo com a PF, ele foi preso em flagrante pela Polícia Militar e tentou subornar os policiais.

O vereador, que não teve o nome divulgado, responderá por crime de compra de votos e corrupção ativa. Ele está preso no presídio de Patos.

Em Caruaru, clínica acha útero e ovário em um homem, que vai ganhar R$ 5 mil em indenização

Do Blog de Jamildo
Postagem Gabriel Diniz

A 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) confirmou, na tarde desta quarta-feira (27), a condenação no 1º Grau do Instituto Pernambuco Imagem Diagnóstico por identificação errônea de órgãos femininos (útero e ovário) na tomografia computadorizada da pelve de um homem em Caruaru.

O órgão colegiado indeferiu, por unanimidade, a apelação da clínica e confirmou o pagamento de R$ 5 mil por danos morais determinado em sentença proferida pelo juiz da 3ª Vara Cível de Caruaru, Damião Severiano de Souza, no dia 6 de julho de 2010.

O julgamento da apelação do Instituto ocorreu em sessão extraordinária da 4ª Câmara Cível sob relatoria do desembargador Jones Figueirêdo Alves. O órgão também é composto pelos desembargadores Eurico de Barros Correia Filho e Francisco Manoel Tenório dos Santos.

Sobre a realização do exame, o relator, desembargador Jones Figueirêdo, concluiu que o Instituto desrespeitou o Código de Defesa do Consumidor e o Código de Ética Médica ao permitir negligentemente que constasse, no laudo do exame, termos técnicos que não condizem à realidade masculina (“existência de útero e ovários de morfologia, contorno e dimensões preservadas, com densidade homogênea”), demonstrando, dessa forma, ausência de zelo na elaboração do resultado e a incredibilidade do referido conteúdo.

“O Instituto em nenhum momento hesitou diante de tais informações, confirmando inclusive a realização do dito exame e a utilização dos termos. Não há dúvida, portanto, da ofensa sofrida pelo ora recorrido [na apelação da clínica] tendo em vista os fatos terem atingido o respeito, o conceito de pessoa, além de gerar humilhações e constrangimentos entre amigos e familiares”, analisou o desembargador.

Quanto à responsabilidade do médico, o relator ressalta que foi comprovada a negligência na conduta do profissional, uma vez que o exame acostado aos autos é elucidante, quanto ao emprego de termos inadequados no resultado, suscitando uma possível troca.

“Não há necessidade de prova pericial ou mesmo testemunhal, os documentos revelam por si a falha na prestação do serviço pretendido pelo apelado. A prestação do serviço médico não se restringe à realização do exame, alcança também a sua análise, culminando com a assinatura do laudo, demonstrando que atestou a veracidade das informações. É vedado ao profissional, na forma do art. 80 do Código de Ética Médica, expedir documento médico que seja tendencioso ou que não corresponda à verdade”, escreveu o magistrado.

Para definir a responsabilidade civil do Instituto, o desembargador Jones Figueiredo citou os artigos 14 e 3º, ambos do Código de Defesa do Consumidor.

“O diagnóstico inexato fornecido por laboratório radiológico levando a paciente a sofrimento que poderia ter sido evitado, dá direito à indenização. A obrigação da ré é de resultado, de natureza objetiva (art. 14 combinado com o art. 3º do CDC)”, detalhou o relator. O voto é encerrado com a jurisprudência para casos semelhantes e com a improcedência da apelação da clínica, mantendo todos os termos da sentença proferida no 1º Grau.

Nada de novo em debate mais sonolento da história

Do Blog de Jamildo
Postagem Gabriel Diniz

O último debate entre os candidatos a presidente antes das eleições neste domingo foi muito morno e sonolento até mesmo para quem teve obrigação profissional de acompanhar o programa.

Quem estava cobrando a apresentação de propostas nos debates, recebeu uma chuva delas. O que não se sabe é o quanto elas são exequíveis ou apenas conversa para boi (indeciso) dormir.

A candidata governista, por exemplo, manifestou o desejo de que o Brasil tivesse a meta de zerar o déficit de saneamento, que ela chamou de vergonhoso. O custo estimado seria R$ 45 bilhões. Sem dizer de onde vem o dinheiro e em que horizonte, não se sabe se dá mesmo para sair do papel. O Recife e suas favelas são um exemplo de como apenas voluntarismo não resolve.

O embate de idéias políticas praticamente desapareceu, diante do receio, maior, de que críticas diretas aos adversários ampliassem a rejeição, na véspera do pleito.

Isto ajuda a entender a razão dos candidatos terem dado uma folga a dona Erenice e o tal Paulo Preto.

Não que isto tenha impedido que um e outro tenha lançado farpas. Logo no primeiro bloco, um eleitor do Distrito Federal apresentou um questionamento sobre corrupção e o que fazer para mudar. Serra disse que iria reforçar os órgãos de controle e não o contrário, como tem acontecido, numa alusão a Lula, que atacou o Tribunal de Contas da União por investigar irregularidades em obras. Também disse que não se devia inibir a imprensa, que Lula destrata dia sim e outro também, quando não lhe bajula o ego inflado. “Não se pode passar a mão na cabeça”, criticou, numa referência aos escândalos da Casa Civil e outros.

Já Dilma aproveitou uma pergunta sobre educação, no segundo bloco, para dar sua primeira estocada mais forte no adversário. Serra havia dito que iria propor um pacto nacional pela educação e, no meio da resposta, reclamou de sindicatos que são meros instrumentos partidários, numa referência aos professores ligados à CUT em São Paulo. “Não se pode ter uma relação de atrito com os professores, recebê-los de cacetete. Temos é que pagar um salário digno aos professores”, defendeu.

Os dois voltaram a trocar farpas ao falar de impostos, no último bloco. Serra havia reclamado que o Brasil já tinha arrecadado mais de um trilhão de reais em impostos, 50 dias antes do que no ano passado, além de ter prometido aliviar impostos na área de saúde. Dilma respondeu que o recorde estava ligado ao crescimento econômico vigoroso, a taxas chinesas.

Na última pergunta, feita por um pernambucano, sobre previdência, Serra voltou a reclamar que o Brasil não poderia ter um vôo de galinha e foi rebatido, automaticamente, por Dilma. “Não é vôo de galinha e vem desde 2003”, afirmou, sem citar Lula, como fez na maior parte do programa, possivelmente com o objetivo de mostrar-se independente, que pensa com a própria cabeça e não será uma pessoa manietada, caso assuma o poder.

O formato com perguntas diretas dos eleitores não deixou de ser interessante, no entanto, em um aspecto: obrigou a candidata oficial a ouvir e confrontar-se com críticas concretas, nas áreas de segurança, saúde e educação, em vez de apenas repetir a decoreba sobre os resultados do governo Lula.

O momento mais eletrizante, entretanto, ocorreu no terceiro bloco, em função de um problema em um dos relógios que contava o tempo para resposta dos candidatos. Houve uma falha e Dilma continuou falando. Advertida pelo mediador, ela foi ríspida. “Pois é, complicou”. “A senhora driblou o relógio”, brincou Bonner, antes de assumir a culpa, em nome da produção. “A culpa foi do relógio”, respondeu a candidata, como que reconhecendo a grossura, desnecessária.

É verdade também que Serra fala bem melhor, é mais eloquente, enquanto Dilma tem dificuldade enorme de expressar em palavras o que pensa. Em alguns momentos, chegou a gaguejar, enrolas as palavras. Dilma também deixou de concluir várias respostas por não conseguir fechar um raciocínio claro. O quanto isto vale mais votos para um ou para outro não se sabe ainda.

Nas considerações finais, Dilma ainda ensaiou o papel de vítima, reclamando de um conjunto de calúnias pela internet e panfletos. A campanha de desconstrução ocorre em todas as eleições, contra todos os candidatos. “Mas não guardo mágoa porque tenho leveza de alma”. Pelo menos não culpou o relógio.

Já Serra pareceu chorar ao se despedir. Mesmo assistindo o debate em uma TV HD, não deu para ter certeza se chorou de verdade. Ao menos não reiterou as propostas mais populistas, de 13º bolsa família e aumento imediato de aposentadorias no ano que vem.

Bem, foi o que eu vi de interessante. Como respeito quem tem visão diferente, a área de comentários abaixo está aberta a todos. Boa eleição para todos.

Marqueteiro do Recife diz que Dilma perde as eleições neste domingo

Do Blog do Jamildo
Postagem Gabriel Diniz

O publicitário Marcelo Teixeira, da empresa Makplan e que já trabalhou para tucanos e petistas pelo Brasil, analisou os últimos números da pesquisa Datafolha e diz que Dilma pode até ganhar as eleições, mas que as chances maiores de vitória são do candidato tucano José Serra. Quando todo mundo dizia que Dilma levaria no primeiro turno, em entrevista exclusiva ao Blog de Jamildo, analisando os mesmos dados do Datafolha, ele antecipou que haveria segundo turno. Reveja aqui.

“Lula não conseguiu fazer a candidatura dela decolar. Ela é ruim de palanque e mesmo com o apoio quase totalitário não deslanchou nas urnas”, declara.

O marqueteiro vê muita semelhança do atual cenário com os números do primeiro turno, quando a candidata oficial tinha 50% dos votos, segundo as pesquisas mais confiáveis, mas não obteve nas urnas os 50% dos votos, mesmo com o apoio de um amplo leque de políticos da situação.

“Serra tem todas as chances de vencer as eleições porque Dilma, mesmo com a popularidade de Lula, mesmo com toda a capilaridade de sua campanha no primeiro turno, não conseguiu subir nada e está com os mesmos 50% do primeiro turno. Em São Paulo, por exemplo, ela tinha três candidatos a governador pedindo votos para ela”, observa.

O analista político cita que Serra tem chances enormes de mudar o placar porque, no Sudeste, por exemplo, existem cerca de 7% dos indecisos.

Numa comparação rápida, o marqueteiro cita que a votação da petista gira em torno dos 62% no Nordeste e que Lula teve 77% nas pesquisas.

A sua tese principal, assim, é que só São Paulo pode tirar os votos de vantagem de Dilma no Nordeste. Isto pode até ajudar a explicar a preocupação do presidente Lula de encerrar a campanha da petista no Recife, na data de hoje. “Desde Franco Montoro, passando por Covas e depois os tucanos mais novos, eles nunca tiveram menos de 60% contra Lula. E Dilma não é Lula”, frisa.

Apontado como um dos principais colégios eleitorais, Minas Gerais, na avaliação do observador da cena política nacional, dará vitória ao tucano. “Ela está 4% ainda na frente, mas vai perder lá. O mineiro não vota no PT. Agora não vai ter cabo eleitoral como no primeiro turno. O eleitor vai vair para votar em um, no outro, ou branco ou nulo. A abstenção será enorme e Dilma não é Lula, ela é pesada”.

Na sua avaliação, um dos fatores que deve prejudicar Dilma com muita intensidade são as abstenções. Ele diz que isto pode reduzir a sua esperada votação no Nordeste para até 60% do que está previsto. “Em um universo de 36 milhões de eleitores, no segundo turno, Lula e Alckmim tiveram apenas 25 milhões de eleitores. Cerca de 11 milhões de eleitores deixaram de comparecer. E olha que era gente que segurava bandeirinha e era Lula desde sempre. Só que Dilma não é Lula e a votação de votos em disputa pode cair para 20 milhões de votos no Nordeste”, observa.

Há verdade e A verdade

Por Sérgio Vicente Oliveira
Postagem Gabriel Diniz

Na tentativa de desmistificar e entender algumas de nossas características comportamentais mais evidentes hoje em dia, me deparo com a polêmica da violência.

A “Pulsão de Morte” como postulava Freud significa nosso instinto primitivo de agressividade. Nossos antepassados usavam isso cotidianamente para viver, sobreviver, conquistar e caçar. Sem o seu lado violento, seria inviável tal façanha. Acontece que quanto mais a humanidade evolui, mais ela aprimora algumas de suas características e despreza outras como a de, por exemplo, saber usar sua agressividade (eis aí a teoria da evolução de Darwin). A violência é algo intrínseco do ser humano, faz parte de um mecanismo de defesa. Quando temos medo muitas vezes agimos com violência!

Dessa maneira não consigo aceitar que vivemos um momento social de extrema violência, o que nos ocorre é que o imenso “show da vida by TV” nos fazem viver emoções constantes e consequentemente viciantes deste único ponto de vista sobre a violência (“todo ponto de vista é a vista de um ponto” – Leonardo Boff).

Expor um fato de que em uma cidade de 100 mil habitantes um único cidadão resolveu matar de maneira fortuita um outro e fazer com que esta notícia repercuta tempo suficiente até outro assassino tomar a atenção, não deve ser algo que possamos chamar de verdade sobre os fatos do nosso comportamento, nossa cultura, sobre os tempos atuais. Há de se averiguar sempre os reais motivos para solucionar questões complexas.

Temos a mídia como um horáculo e passamos a acreditar piamente que tudo que ali é dito faz parte de uma verdade absoluta… um equívoco.

Façamos o seguinte experimento:

1 – Vamos até a nossa rua e pelo tempo que for possível observaremos as pessoas que por ali circulam.

2 – Tentem encontrar onde estaria a violência tão presente na vida das pessoas que os jornalistas sedentos por sangue tanto nos fazem acreditar.

3 – Caso encontrem algo como um ato de relevante violência acredite, sua rua vai ser notícia.

Daí me pergunto, quantas e quantas rua vivem sem violência?

Essa característica que a mídia resolveu investir tem modificado o que Sigmund Freud postulou a pouco mais de um século atrás e tem feito jovens moleques almejarem seu momento de fama em um dia poderem ser notícia no programa policial “Bronca Pesada com Cardinot”.

Durma com uma bronca dessas…

Desenterrando: Vai, Lacraia

Mc Serginho e Lacraia no Domingo Legal, do Gugu
Por Gabriel Diniz

Tal Pai, Tal Filho…

Reprodução/TV Globo

Por Joca Souza Leão
em seu blog Crônicas do Joca
Postagem Gabriel Diniz

Tenho dois filhos: João e Joana. João tinha quase quatro anos e, Joana, quase dois. Cheguei em casa do trabalho de noitinha. Os dois estavam molinhos, febris e com um pouco de disenteria. Sueli, mãe cuidadosa e diligente, já tinha ligado pra Hiltinho (Hilton Cunha Jr., pediatra e meu amigo de infância), que tinha prescrito “soro caseiro e observação”.

Como sempre, os dois vieram pra minha cama. Joana com duas chupetas (uma pra chupar, outra pra cheirar) e João trazendo uns livrinhos de história pra eu contar. Não cheguei a contar nem a metade da primeira. Súbito, os dois começaram a vomitar. A diarreia aumentou. E a febre virou febrão.

“Nesse caso – tinha dito Hiltinho – levem os dois direto para o IMIP! E me telefonem de lá.” Sueli entrou debaixo do chuveiro de água fria com Joana e eu entrei com João, até baixar a febre. Partimos para o IMIP com os dois enrolados nas toalhas.

Quando Hiltinho chegou, 15, 20 minutos depois da gente, os dois já estavam recebendo os cuidados médicos preliminares; soro instalado e temperatura sob controle.

Antes de examinar e medicar, Hiltinho mandou colher as fezes pra fazer a cultura em laboratório. “Mas não vamos perder tempo. Vamos começar com o antibiótico imediatamente. Isso é shigella e salmonella das brabas”. (Quando o resultado da cultura chegou, tava lá, com todas as letras: Salmonella enterica e Shigella dysenteriae. Na mosca!). Três dias depois, estavam de alta. Em nenhum hospital pediátrico privado teriam sido mais bem tratados. Nem mais rapidamente curados. Hiltinho tinha sido aluno de Fernando Figueira, o fundador do IMIP, e o tinha como mentor.

Ainda jovem, Fernando Figueira já era professor catedrático de Pediatria da Faculdade de Medicina do Recife (depois, UFPE). Professor visitante nos Estados Unidos e em Paris. Livros e trabalhos publicados. Médico de renome. Tinha uma grande clientela particular; que podia ter sido maior, muito maior. Bastava ter se dedicado apenas e tão somente à medicina privada. Mas fez justamente o inverso. Fez o IMIP. Uma obra enorme, gigantesca, à qual dedicou boa parte de sua vida e de suas energias, até sua morte em 2003, aos 84 anos.

Não há o menor exagero em afirmar que Fernando Figueira salvou – e continua salvando – milhares e milhares (ou milhões?) de crianças pernambucanas pobres ao longo dos 50 anos do IMIP. “Não por caridade, mas como resgate da dívida social que nós, privilegiados, contraímos com nossos irmãos,” dizia ele.

Por isso, quando Antônio Carlos Figueira, filho de Fernando, disse que ia restaurar e ressuscitar o Hospital Pedro II (foto), quase em ruínas, após 28 anos de abandono, ninguém ousou duvidar. Tal pai, tal filho.

Daria menos trabalho, por certo, construir um novo hospital. Vertical. Mais um espigão na cidade. Mas, não. Foi pelo caminho mais difícil. O da restauração arquitetônica minuciosa, supervisionada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Acho que nunca se fez uma obra de restauro tão grandiosa e rigorosa em todo o Norte e Nordeste, em todos os tempos. O resultado é simplesmente monumental, emocionante.

Com o Pedro II (inaugurado em 1861), Antônio Carlos resgatou, também, a paisagem do Recife. E a história da medicina em Pernambuco. “Aqui, os médicos procuravam se qualificar para ganhar a vida, ao contrário do que ocorre atualmente, quando se tenta primeiro ganhar a vida”, disse Carlos Moraes, falando em nome das várias gerações de médicos que ensinaram, estudaram e praticaram medicina nos mais de cinquenta anos do Pedro II como hospital-escola.

Restaurado e moderno, com equipamentos e tecnologia de última geração, o Pedro II está de volta; agora, como hospital-escola da Faculdade de Medicina do IMIP.

Dezenas de empresas, centenas de políticos e milhares de pessoas acreditaram, contribuíram e trabalharam para restaurar e ressuscitar o Pedro II. Mas uma pessoa, apenas uma, sonhou e realizou o sonho: Antonio Carlos Figueira.

No dia em que meus filhos tiveram alta, há trinta anos, tornei-me um modesto contribuinte do IMIP. Até hoje. Até sempre. Depois de mim, meus filhos, meus netos…

Cemitérios preparados para Finados


Por Bruno Bastos

Postagem Gabriel Diniz

Com a chegada do Dia de Finados, no próximo dia 2 de novembro, os cemitérios públicos e particulares da Região Metropolitana do Recife se preparam para receber as pessoas que vão prestar homenagem à memória de parentes e amigos. O trabalho inclui a capinação das áreas de sepultamento, limpeza das ruas, pintura e limpeza das lápides e a limpeza das capelas localizadas nos cemitérios da cidade. No Cemitério de Santo Amaro, o mais antigo do Recife, 150 funcionários estão trabalhando em ritmo acelerado para deixar o local pronto para receber os mais de 20 mil visitantes previstos para os próximos dias.

Uma das pessoas mais dispostas a ajudar é a empregada doméstica aposentada Julia Maria da Conceição, de 80 anos. Com uma vassoura, balde de água e sabão, ela conserva voluntariamente desde os túmulos mais humildes aos jazigos mais suntuosos. “Eu venho cuidar deles porque tem muita família que não dá atenção. Faz pena ver os parentes deixarem tudo largado”, declarou a idosa. Ela disse que já chegou a receber “um dinheirinho” de algumas famílias pelo trabalho, mas que na maioria das vezes, cuida dos túmulos de graça.

Julia Maria vai ao Cemitério de Santo Amaro desde os 12 anos de idade. Nesses quase 70 anos de dedicação, ela disse que fez muitos amigos e conseguiu, durante anos, complementar a renda da casa. “Antes era bem melhor de se trabalhar aqui, as famílias chamavam a gente para os cortejos, para a missa de sétimo dia. Mas a maioria das pessoas hoje nem liga, somente aparece na época de Finados e depois vai embora”, criticou.

Mas o que faz ela sair todos os dias de casa, no bairro de Peixinhos, em Olinda, para trabalhar voluntariamente no Cemitério de Santo Amaro? “Eu não deixo de fazer meu serviço para ficar parada em casa não. Minhas filhas disseram que com a aposentadoria eu deveria descansar, mas enquanto eu puder eu venho para cá.

A pedagoga Fernanda Moraes, que fez a substituição das flores e a pintura do jazigo da família, disse acreditar que o “esquecimento” das famílias se deve ao afastamento dos laços entre aqueles que já morreram e os vivos. “Aqui estão enterrados minha mãe, meus avós e meu bisavô. Eu venho aqui porque os conheci, mas meus filhos não conviveram com boa parte deles. Acho que isso é natural com toda família que cresce muito”, ressaltou.

Do lado de fora do Cemitério de Santo Amaro os comerciantes do Mercado de Flores do Campo Santo, onde Fernanda comprou as flores para ornamentar o jazigo dos parentes, já vinham se preparando desde o mês passado para o Dia de Finados. De acordo com ela, as flores estão disponíveis para todo tipo de público. Os arranjos, entre

R$ 15 e R$ 20, são os que mais vendem. As coroas, mais elaboradas, custam a partir de R$ 50, enquanto as unidades de rosas, lírios e flores do campo saem por menos de R$ 5.

REPAROS

Os Cemitérios de Casa Amarela, Tejipió e Várzea também estão passando por obras para o dia 2 de novembro. A pintura dos muros, troca da iluminação e a manutenção na estrutura hidráulica estão sendo realizadas desde o início do mês. Outra medida que já está sendo executada é o reforço no número de servidores nos cemitérios. Por causa da demanda, o número de funcionários dobrou para garantir o atendimento, segundo a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb).